7 anos atrás...

AVA

Eu era uma ninguém, ou pelo menos era isso que me diziam.

Diziam-me que eu era uma ninguém e, portanto, sem valor; Eu merecia ser intimidada, porque ser intimidada me tornaria mais forte, mais resiliente. Sei agora que era besteira, mas quando você diz isso a uma criança repetidamente, elas começam a acreditar.

Dia após dia, os herdeiros da alcateia e até muitas das meninas da escola que tinham a minha idade faziam questão de tornar minha vida miserável. No começo, eram apenas agressões verbais, mas na minha adolescência, também se tornou física. Eu tinha cicatrizes por cima das minhas pernas e na parte inferior das minhas costas que nunca curariam direito porque eram de antes de eu me transformar pela primeira vez.

Eu ganhei minha loba cedo, mas eles não sabiam disso. Eu nunca cheirei como uma loba porque minha loba, Artemis, conseguia esconder seu cheiro. Mesmo antes de conseguirem se transformar, os lobos têm um cheiro distintivo que os identifica; todos os lobos cheiram como o mato, com seu próprio cheiro único sobreposto a isso.

Apesar de ser capaz de esconder meu cheiro ser um truque prático que me disseram que seria ótimo para minha segurança quando eu estivesse fora e à medida que envelhecia, isso fez com que as meninas da escola assumissem que eu era humana e, portanto, nunca teria uma loba, o que apenas tornou a intimidação ainda pior.

Eu havia conseguido falar com Artemis desde que tinha sete ou oito anos, ela era uma loba falante, e sabia uma quantia surpreendente sobre minha família de origem. Graças a Artemis, eu sabia mais sobre minha família de origem do que a maioria das pessoas saberia se fossem adotadas.

Eu sabia que Artemis era especial e que eu era a herdeira da alcateia do Monte Eclipse. Eu sabia que meus pais foram mortos tentando me proteger, e que eu havia sido contrabandeada para fora para minha própria segurança. Eu sabia que um dia, Artemis e eu teríamos uma forma tanto de Lycan quanto de loba.

Mas mesmo com tudo isso, eu não queria mais do que ir embora quando completasse 18 anos. A intimidação me deixava miserável, e eu nunca tive a confiança para realmente fazer algo a respeito. Eu só precisava que algo acontecesse, algo que fosse o catalisador para me dar esse impulso, para que eu não sentisse mais a necessidade de me esconder em segundo plano.

Eu tinha um lugar pronto para ir na alcateia da minha tia materna, eu estava apenas contando os dias até finalmente poder partir sozinha e me livrar de tudo.